Assim como vimos no post anterior sobre dedo em gatilho, para entendermos o que ocorre no De Quervain precisamos conhecer a anatomia dos tendões extensores ( que esticam os dedos e punho).
Igualmente nos tendões flexores, a musculatura do antebraço é conectada aos dedos e punho pelos tendões. Na região do punho esses tendões se organizam em 6 compartimentos, túneis, por onde passam para direcionar o movimento da forma correta e otimizar o gasto de energia ao realizar os movimentos.
A síndrome de De Quervain ocorre no primeiro compartimento extensor, próximo ao polegar (dedão). De modo bem parecido com o que ocorre no dedo em gatilho, o tendão inflamado aumenta de volume e passa a apresentar um atrito anormal no túnel desse compartimento, causando dor.
Esse fato é mais comum em mulheres pós menopausa, gestantes e mulheres que amamentam devido a um aumento da retenção de líquidos no corpo causada pela alteração hormonal, favorecendo o inchaço dos tendões.
O diagnóstico é feito basicamente com a história e o exame físico no consultório. A dor típica se localiza na região lateral do punho e piora com movimentos de lateralização e movimentos do polegar. Pode ser encontrado também inchaço nessa região causado pela inflamação. Em casos duvidosos podemos realizar um ultrassom para confirmar a doença.
O tratamento inicial pode ser feito com uma infiltração de medicamentos dentro do compartimento visando diminuir a inflamação, porém em casos avançados ou que não respondem à infiltração a liberação cirúrgica do compartimento está indicada.
Nas gestantes e lactantes espera-se uma melhora em algumas semanas, pois as alterações hormonais da gestação irão voltar ao padrão normal, melhorando os sintomas.